Depressão - a maior causa de doença no mundo
Quem nunca sofreu uma depressão no sentido clínico do termo tem muita dificuldade em entender porque é que a mente desiste de viver até a um ponto em que o próprio corpo se recusa a ter energia suficiente para se mover - nem sequer para acabar com uma vida que pelos vistos deixou de fazer sentido.
Todos nós temos dias negros, todos nós temos períodos em que a tristeza é tão grande que não nos apetece sair da cama, todos nós passamos por fases em que os problemas são tantos e tão grandes que não vislumbramos a menor saída, todos nós temos as nossas «fases depressivas». Mas, felizmente, a maioria de nós sai delas e fica apenas a recordação (e, possivelmente, a lição) de um mau momento, de uma fase que se procura esquecer; e a vida continua, com os seus altos e baixos, e nós gostamos de a viver.
A depressão patológica, aquela que requer intervenção clínica, e que frequentemente se torna crónica (ou, pelo menos, recorrente), é mais um insondável mistério da mente. Porque é que pessoas que aparentemente têm tudo para ser «felizes» - bons empregos, casamentos que resultam, famílias que as apoiam, estatuto socioeconómico confortável, vida social interessante - de repente parece que «colapsam»?
A medicina e a ciência já conseguem perceber alguns destes mecanismos. Sabem que uma pequena parte desta «tendência» para a depressão pode ser genética e hereditária, e sabem que pode ou não desenvolver-se - depende de vários factores da vida da pessoa. Sabem também que há medicamentos e técnicas que podem actuar neste imenso mal-estar e ajudar a atenuá-lo, como explica hoje à nm o psiquiatra Luiz Gamito.
Mas há muito caminho a percorrer até podermos entender um «deprimido». Só nos resta tentar que ele perceba como a vida é boa de ser vivida.
Tenho dito. Nenhumas palavras poderiam expressar melhor o que sinto desde os últimos tempos até ao presente, sem saber quando irá mudar.
Fonte: Notícias Magazine, JN, 20 de Abril, por Sofia Barrocas, Editora executiva