E sabem quando lêem um livro, porque a sinopse despertou interesse, mas não esperam encontrar nele pontos em comum convosco? Era o que eu esperava deste.
Ainda estou muito no início, mas a caminho de casa li umas passagens que quase me fizeram exclamar: "wow! revejo-me nisto!" (não necessariamente pelas mesmas razões em cada passagem, nem tão pouco pelos nomes.)
Podem perceber ou não, mas de qualquer forma aqui fica:
"Ela não era tão segura de si como o seu comportamento dava a entender e eu não era tão descarada e dura como fingia ser. Podia transmitir essa impressão a princípio, podia agir com frieza e inacessibilidade, mas desiludia-me sempre a mim própria quando tinha um rebate de consciência - não conseguia ser uma cabra até ao fim."
[...]
"És adorável. - Ela até parecia sincera. - Não conheci muitas pessoas adoráveis na minha vida. Logo, quando isso acontece, sinto-me honrada. Quando te vi pela primeira vez, do outro lado daquela sala de aula, tive imediatamente a impressão de que eras adorável. Finges ser espinhosa, mas, no fundo, e nem sequer é bem lá no fundo, és simplesmente deslumbrante."
[...]
"Nate entrou na minha vida numa noite fria de Abril e afirmou nunca mais querer sair. Eu disse-lhe que experimentasse dizer aquela frase a uma mulher que acreditasse nela.
- Eu vou conquistar-te - declarou seriamente."
[...]
"Ele aturou-me muita coisa e teve de lidar com os meus problemas.
Os meus "problemas" não eram imediatamente evidentes. Quando conheci Nate, o meu aspecto exterior dava a entender que nada me incomodava, que o facto de, ano após ano, me chamarem gorda e feia não tivera qualquer influência sobre mim, a não ser incitar-me a alcançar o sucesso. Ninguém - tirando talvez Adele - sabia que sob a minha máscara de adulta, por baixo da minha confiança, do excelente emprego e da capacidade de dormir com homens bonitos, batia o coração de uma rapariga apavorada.
O mundo exterior e, em certa medida, até Adele deixavam-se iludir pelo meu aspecto exterior, pela imagem impenetrável e polida que eu zelosamente mantinha. As pessoas acreditavam realmente que eu era calma e altiva, confiante e capaz. Nate vira além das aparências. Descobriu quase imediatamente aquilo que me assustava mais do que qualquer outra coisa."
[...]
"Preocupava-me tanto fazer asneira, dizer o que não devia, incitar a raiva que a comunicação se tornou um exercício que eu praticava com pavor, o que fez com que eu parecesse retraída, crítica e, nos últimos anos, uma antipática com cara de poucos amigos. A questão não era eu não querer relacionar-me com os outros, mas simplesmente não saber como fazê-lo."
Meu Deus... só agora me dei conta de que, para a qualtidade de páginas que li, isto é imenso!!! Será que conforme for lendo isto vai-se manter?! A ser assim vou ter de comprar o livro! Inesperada mesmo esta "surpresa de identificação comigo mesma" reservada neste livro...