quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Nada de novo

As minhas poucas visitas já devem ter reparado que não há nada de novo. E quando há são coisas vagas, escritas ou feitas por outrém, não directamente por mim ou de mim.

Antes estar caladinha do que ser um chorrilho de desabafos/lamentos.

Estou a pensar acabar de vez com o blog ou então criar um novo qualquer coisa tipo "Diário de bordo de uma falhada".

Até ? (não sei mesmo)

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Majestic



Fonte: Café Majestic

Mais do que um café, o Majestic conta a história do Porto. O Porto dos anos vinte, das tertúlias políticas e do debate de ideias. O Porto da "Belle Époque", dos escritores e dos artistas.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Último tesouro de Robert Capa chega a casa

Também retirado do JN de hoje.

por Cláudia Luís

Suficientemente perto até ser perto de mais Cerca de 3500 fotografias da Guerra Civil Espanhola captadas pelo mais célebre fotojornalista de guerra do século XX, Robert Capa (1913-1954), foram recentemente descobertas na Cidade do México. Escondidas durante quase 70 anos, estas imagens já chegaram ao Centro Internacional de Fotografia em Manhattan, fundado pelo irmão do repórter, Cornell Capa, mas o desfecho desta história, digna de um argumento de cinema, não foi fácil. Como noticiou o "The New York Times", em rigor, a autoria das fotografias não pertence exclusivamente a Capa. Nestas caixas também há imagens captadas por Gerda Taro - uma das primeiras fotógrafas e companheira profissional e íntima de Capa - e David Seymour, que fundaria com Capa a célebre agência fotográfica Magnum. A herança mexicana A saga da descoberta das três caixas de cartão - uma vermelha, uma verde e outra bege - começa em 1995, quando um cineasta mexicano envia uma carta a um professor universitário norte--americano, revelando que tinha encontrado um conjunto de negativos que faziam parte de uma herança da sua família e de cuja relevância histórica suspeitava. Tratava-se da herança que o general Francisco Aguilar Gonzales, diplomata em França na década de 30, havia deixado. Sabe-se hoje, através do seu biógrafo, que Robert Capa, que estava em Paris desde o início dos anos 30, temia que os soldados nazis destruíssem as fotografias da Guerra Civil Espanhola e que, por isso, por volta de 1940, pediu a um amigo, fotógrafo e seu colaborador no laboratório de Paris, Imre Weiz, que colocasse os rolos a salvo. Não se sabe precisar como, mas os rolos acabaram na posse do general Gonzalez e foi assim que foram parar à Cidade do México. Perguntas sem resposta São muitas as dúvidas que há ainda para esclarecer nesta história. Fica, por exemplo, por saber se o general Aguilar Gonzalez conhecia o conteúdo das caixas e, no caso de saber, por que motivo nunca tentou contactar Capa ou Weisz. Curiosamente, Weisz acabaria por ir viver para o México, onde casou com a pintora surrealista Leonora Carrington, relata o "The New York Times". Entretanto, todas as tentativas que o Centro Internacional de Fotografia fez para tentar recuperar o espólio fracassaram. Em causa estava o facto de estas caixas pertencerem ao património da família Aguilar Gonzalez e não à família de Capa. O impasse viria a ser resolvido por Trisha Ziff, curadora do mesmo centro de Manhattan que passou vários anos no México. Depois de um exigente período de argumentação e persuasão, a família mexicana acabaria por aceitar entregar o tesouro e Ziff voou com as caixas rumo a Nova Iorque. Mas nem com este final feliz a história fica por aqui. Da análise destas 3500 fotografias da Guerra Civil Espanhola podem nascer conclusões inquietantes quanto baste para abalar tudo o que se sabia até hoje sobre o nascimento da fotografia de guerra, como explicou, ao já referido diário nova-iorquino, o curador Brian Wallis. Nestes três caixas de cartão, está o princípio da fotografia moderna ainda por descobrir. "Se as fotografias não são suficientemente boas, é porque não se está suficientemente perto", afirmou Robert Capa, pioneiro do fotojornalismo de guerra, que faleceu no Vietname por ter estado perto de mais de uma mina terrestre, no dia 25 de Maio de 1954. Capa foi um fotógrafo autodidacta com formação académica em Ciências Políticas, tendo acompanhado várias guerras no terreno. Foi na fuga às perseguições nazis que alterou o seu nome de registo - Endre Friedmann -, gerando, juntamente com a companheira Gerda Taro, uma identidade artística que não correspondia ao fotógrafo húngaro independente, mas sim a um "famoso fotógrafo norte-americano". De toda a sua obra, há uma imagem que, mesmo envolta em polémica quanto ao seu realismo, foi considerada a imagem de referência da fotografia de guerra - "The falling soldier".

Jornalista infiltrado - notícia válida?

Muito interessante. Vale a pena "perder" uns minutos a ler. Retirado do JN de hoje.

por Ricardo Paz Barroso

Um jornalista da estação televisiva SBS infiltrou-se no aeroporto de Amesterdão, conseguindo colocar uma bomba falsa numa aeronave, assim como traficar grandes quantidades de droga pela respectiva alfândega, sem ser detectado. A verdade é que, embora seja transmitida no próximo domingo, a reportagem já colocou o Governo holandês, assim como o Parlamento, em alvoroço.

Mas será válido que um jornalista se infiltre num determinado local, sem nunca denunciar a sua profissão, para assim conseguir obter a notícia?

"Não me parece que o modo normal de actuar seja pela via da infiltração", explicou Manuel Pinto, investigador na área dos média da Universidade do Minho. "Porém, em sistemas sociais que apregoam a transparência, mas que, em vastas zonas, praticam a opacidade, não custa reconhecer e aceitar que o recurso a infiltrados seja necessária, em nome do bem comum, como admite o Código Deontológico do Jornalista". Segundo o Estatuto do Jornalista, "este deve identificar-se sempre, salvo razões de manifesto interesse público".

"Não havendo outra hipótese, excepto esta "infiltração", como é que se pode denunciar uma situação grave?", perguntou, por seu lado, Rogério Santos, também investigador dos média. O professor da Universidade Católica destacou ainda o facto de ser necessária uma "narrativa" para este tipo de trabalhos "Não basta escrever que há violência ou quebras de segurança. É preciso arranjar uma narrativa - uma história que prenda a opinião pública, como se fosse um filme".

E contrapõe com um exemplo português, referindo-se a uma reportagem da RTP, de 30 de Maio de 2006, em que foram usadas câmaras ocultas numa sala de aula, comprovando-se os casos de agressão a professores. "Denunciada frequentemente em relatos dos agredidos mas sem atingir impacto público, foi com a reportagem emitida pela Televisão que surgiu grande polémica, com posições a favor e contra. Mas o assunto entrou na agenda pública, sendo tema de debates logo a seguir", lembrou. O regulador da Comunicação Social, ERC, criticou a atitude da RTP, ao passo que o Conselho Deontológico do Sindicato de Jornalistas a elogiou.

Um exemplo, pela negativa, pode ser dado através de um trabalho da Telemadrid, de 14 de Janeiro, onde uma jornalista fingia estar infiltrada numa rede de passadores de imigrantes ilegais através do aeroporto de Barajas (Madrid). Afecta ao Partido Popular, a Telemadrid tentava assim embaraçar o governo do PSOE. A falsa reportagem da estação foi denunciada pelo "El País", afecto ao PSOE.